O glamour da Riviera Francesa: Road Trip na Cote d’Azur

Frequentada por membros das casas reais europeias, estrelas do cinema e da música, e alta sociedade em geral, a Riviera Francesa é sinónimo de luxo, sofisticação e glamour.

Situada no sul de França, às margens do mar Mediterrâneo, a região tem para oferecer paisagens deslumbrantes, elegantes hotéis, alta gastronomia, muita cultura e uma atmosfera de luxo incontornável.

Com um clima ameno praticamente todo o ano, a Cote d’Azur ganhou maior fama nos tempos áureos da década de 50, quando a alta sociedade a definiu como um lugar mágico e iluminado. De Saint-Tropez à fronteira com a Itália, inúmeras cidades e pequenas vilas compõem o seu charme único, reconhecido mundialmente, e que atrai milhões de visitantes anualmente.

costa azzurra, Villefranche sur mer

Por tudo isto, resolvemos aproveitar uns dias para percorrer de carro a região e conferir se tudo isso é mesmo verdade. Voámos então de Lisboa, numa sexta-feira à noite para Nice, ponto de partida para este roteiro que nos levará até Lyon, e de onde regressaremos a casa.

NICE

Começamos o dia bem cedo, com um belo passeio à beira-mar numa das mais famosas avenidas de Nice, a “Promenade des Anglais”. Tínhamos de ir levantar o nosso carro, por isso resolvemos ir a pé, aproveitando assim para ir explorando um pouco da cidade. A avenida, uma das principais da cidade, estende-se por 7 Km ao longo da costa, desde o aeroporto até ao centro, e enche-se de gente todos os dias, quer sejam ciclistas, aficionados do jogging ou dos patins, famílias em passeio ou somente frequentadores da praia. Ao longo do caminho, fomos apreciando alguns dos seus marcos históricos, como o Hotel Negresco, o Palais de la Méditerranée e as afamadas cadeiras azuis a contemplar o mar.

Mas Nice é isso mesmo, um convite ao passeio, à beira-mar ou pelos jardins da “Promenade du Paillon”, ao sentar numa das esplanadas da praça Massena, onde viemos mais ao cair da tarde, ou simplesmente apreciar as vistas proporcionadas pelos seus pontos altos, como a “Colline du Château”.

Quanto à praia…. O mar, com as suas águas calmas e em tons de um azul hipnotizante, convida a banhos, mas só de pensar em atravessar aquele “areal” depressa perdemos a vontade. Digamos que é um pouco “irregular” e carece de calçado apropriado, só para não parecer mal 🙂

Já de carro, seguimos em direcção ao Mónaco, que fica a cerca de 20 Km de Nice. Existem várias vias para lá chegar, mas as melhores são claramente pela montanha (Grand Corniche) que segue serpenteando ao longo da encosta, ou mais junto ao mar (Moyane Corniche). Se estiver na dúvida, faça como nós, uma para lá e outra para cá. O percurso é maravilhoso, e por si só, digno de umas quantas paragens apenas para contemplação, e claro, umas fotos fantásticas. A vista é simplesmente magnífica e por aqui percebemos o fascínio por esta região francesa.

Mesmo antes de entrarmos no Mónaco vimos, à beira da estrada, uma carrinha de street-food, e resolvemos fazer uma paragem pois a fome já apertava, e mais à frente os preços passariam a ser proibitivos (pelo menos para as nossas carteiras). E acreditem que foi um privilégio pagar pouco e almoçar com esta vista :-).

MÓNACO

O Mónaco é o segundo país mais pequeno do mundo, mas desengane-se aquele que ache que por ser pequeno lhe falte algo, pois aquilo que não tem em tamanho tem-no em riqueza. Respira-se luxo por todos os lados, desde os iates aos automóveis, das lojas aos hotéis, do casino à marina. Ricos e famosos atraídos pelo seu estatuto de offshore fizeram deste principado um dos destinos mais elegantes e luxuosos do mundo.

Situado num pequeno enclave no sul de França, é governado pela família Grimaldi desde 1297, sendo o palácio real, local de visita obrigatório. Apesar de termos vindo de carro o melhor mesmo é estacioná-lo em algum lugar e ir andando pelas ruelas da cidade velha até lá chegar. Junto ao Palácio fica também a Catedral, palco dos casamentos reais, como o de Grace Kelly com o Príncipe Rainier. Não saia de lá sem apreciar a vista sobre a cidade e a marina.

Obrigatório também é o Casino de Monte Carlo. Para entrar, terá de ir apropriadamente vestido e pagar o ingresso, mas o exterior por si só já vale a pena. Logo ali ao lado o hotel Paris e um pouco mais abaixo a Royal Ópera House são também locais a não perder, pois as fachadas dos edifícios são lindíssimas.

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O Mónaco é efectivamente tão pequeno que se visita num dia, mas não podíamos ir embora sem passar ainda pelo afamado túnel e emblemática curva do circuito de fórmula 1.

Se ainda sobrar um tempinho, visite o  Museu Oceanogáfico, cujo director foi durante vários anos, o famoso explorador Jacques Cousteau. Fica bem perto da Catedral…

Regressamos a Nice para um final de tarde nas suas esplanadas, e pelo caminho deixámos Eze, uma pequena cidade medieval e também Villefranche-sur-Mer, mais conhecida pelo navios de cruzeiro que aqui atracam todos os dias para visitar a região.

CANNES

No dia seguinte de manhã, seguimos em direcção a Cannes, cidade que se tornou famosa pelo célebre festival de cinema que aqui se realiza todos os anos. Para a conhecer, o melhor mesmo é fazê-lo a pé, por isso pare o carro e vá andando.

Começamos a nossa visita pelo bairro de Suquet, a parte mais antiga da cidade. Como a maioria das cidades mediterrâneas, Cannes começou a sua edificação no alto de uma colina, para se defender das ameaças e ataques próprios da época, por isso subimos os 100 degraus que nos separavam da torre do castelo, e conquistámos a magnífica vista sobre a baía de Cannes. E acreditem, foi um esforço bem recompensado!

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Descemos depois por entre as íngremes ruelas do bairro, herança da sua arquitectura medieval. Vale mesmo a pena perder-mo-nos pelo charme deste caminho sinuoso e pitoresco em torno da cidadela.

Para terminar, nada como um passeio ao longo da chiquérrima Boulevard de La Croissete. De um lado hotéis luxuosos como o Carlton e lojas de marca, como Dior, Channel e Hermés e do outro lado a praia e o Mar Mediterrâneo.

No início da avenida fica o Palais de Festivals, local onde se realiza o festival de cinema. Como é óbvio, quando fomos não se passava lá nada, mas podemos sempre imaginar as estrelas de cinema a desfilarem num enorme tapete vermelho. Junto á entrada fica o passeio da fama, uma sequência de gravações em pedra com as mãos dos galardoados, muito à semelhança das estrelas em Hollywood.

Como pequena cidade que é, facilmente se explora numa manhã, e na verdade todas estas cidades distam entre elas pouco mais do que 20 ou 30 quilómetros por isso continuamos caminho em direcção a Saint Tropez.

SAINT TROPEZ

Imortalizada nos anos 50 por Brigitte Bardot, Saint Tropez depressa se tornou estância balnear de ricos e famosos que aqui vinham passar férias. Por isso, sim, aqui há luxo e glamour, iates e clubes exclusivos e fortes probabilidades de nos cruzarmos com uma qualquer celebridade.

Saint Tropez começou por ser uma pequena comunidade de pescadores, e com uma população de cerca de 5000 pessoas, também não se pode propriamente chamar de cidade, mas com o passar dos anos acabou por se tornar uma vila sofisticada, mas que não perdeu o seu charme.

Como não somos propriamente ricos, e jamais poderíamos alugar um iate para dar um passeio, já ficámos felizes só por dar uma volta na promenade junto ao porto e poder somente observá-los. Mas se no seu caso, tiver posses para o fazer, há várias ofertas por onde pode escolher.

Do porto ao centro histórico é um saltinho, por isso seguimos para lá. Esta é a zona mais típica da cidade, com ruas estreitas, pequenos becos, e casas pintadas em tons ocre, rosa e terracota. Vale muito a pena deambular por lá, mas vale também subir até à Citadelle, uma pequena fortaleza, situada no ponto mais alto do bairro e com uma vista fantástica sobre a baía.

Durante o dia, no verão, e principalmente ao fim-de-semana, as pessoas estão na praia, sendo que a mais badalada da zona é a praia Pampelonne e que na verdade fica a cerca de 5 km, e por isso as ruas ficam mais calmas. E sim, aqui a praia já é mais ao nosso gosto, areia fina, mar azul vibrante, água quente, tudo como se quer…

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Mas ao final do dia, os restaurantes, bares e clubes enchem-se de gente e a cidade ganha outra animação. Infelizmente e porque ainda tínhamos mais uns quilómetros pela frente fizemos apenas uma pequena paragem para beber um copo e depois seguimos em direcção a Marselha onde iriamos dormir, pelo que não podemos vivenciar a famosa e elegante noite de Saint Tropez.

Mas se fosse hoje, provavelmente teríamos pernoitado, pois apesar de não ser nada barato, teria com certeza sido uma boa escolha, pelo que agora o aconselhamos.

Nota: Viagem realizada em Junho de 2017

 

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