Hangzhou, a cidade de Marco Polo

Hangzhou, fundada no ano 606, tem cerca de 6 milhões de habitantes e é uma das mais prósperas cidades da China. Localizada a cerca de 200 km de Xangai, é famosa pela sua beleza natural e património histórico e cultural.

Sobre Hangzhou, Marco Polo escreveu um dia “é sem dúvida a mais bela e esplêndida cidade do mundo!”. Tantos séculos mais tarde, o Lago Ocidental, jardim imperial com pavilhões, pontes, templos e um espaçoso lago para passeios de barco, continua maravilhosamente preservado e foi exactamente isso que nos trouxe até aqui. Queríamos conhecer este local muitas vezes presente em textos de épocas passadas e tão elogiado por aquele que foi um dos maiores exploradores de sempre.

Chegámos de comboio já de noite e por isso apenas tivemos tempo para um breve passeio e encontrar um local para jantar, até porque o frio já apertava e tornava-se critico andar muito tempo na rua. Assim à primeira vista, não ficámos surpresos, era em tudo semelhante ao que já tínhamos encontrado nas restantes cidades chinesas que conhecemos antes desta. Desenvolvimento, trânsito, shoppings, tecnologia e muita, muita gente…

Considerada Património da Humanidade pela UNESCO desde 2011, a principal atracção da cidade é e continuará a ser, o Lago Ocidental (West Lake) com cerca de 3300 hectares e que inclui alguns dos mais notáveis ​​lugares históricos e paisagísticos de Hangzhou.

Por isso, logo pela manhã, foi para aqui que nos dirigimos. E, uau! O lago é lindo, imponente, sem dar a sensação de que é demasiado grande. A paisagem é absolutamente deslumbrante! Temos pena que as nossas fotos não consigam transmitir a plenitude da beleza do local. Já para não dizer que não somos grande coisa como fotógrafos e o dia cinzento também não ajudou lá muito 😉 Desculpem!

Esta zona da cidade é claramente a preferida dos habitantes para usufruir dos seus tempos livres e de lazer. O ambiente à volta do lago é fantástico, adorámos!. Estávamos do lado da cidade (por assim dizer) e decidimos ir caminhando em direcção ao Leifeng Pagoda, exactamente do outro lado do lago. Tínhamos noção de que seriam quase 8 km mas com a paisagem que encontrámos, a paz, a beleza e a tranquilidade não foi nenhum sacrifício fazê-lo. Também é possível fazer passeios de barco ou alugar bicicletas, para conhecer a zona do lago, mas nós preferimos sempre ir a pé para irmos interagindo com algumas pessoas pelo caminho.

No percurso que fizemos, passámos por alguns spots assinalados, como por exemplo, a Broken Bridge, Calm Lake e Su Caseway até chegarmos ao Leifeng Pagoda. Fizemos algumas paragens, claro, uma delas perto da Broken Bridge para nos aquecermos com um chá, tão comum nesta região, e retemperarmos forças para percorrer o restante caminho. Ficámos ali algum tempo só a observar…

O dia estava cinzento mas o cenário é idílico! As cores do Outono dão à paisagem um encanto romântico. Os pavilhões e templos completam o cenário. A vida em redor do lago é fascinante! Crianças a brincar, casais a passear, jovens e idosos, a pé, de bicicleta, ou exercitando o corpo, mas sempre desfrutando da paisagem. Somos muito observados, e inclusive pedem-nos frequentemente para tirar fotos connosco, o que acaba por ser muito divertido. O percurso, esse nem pareceu ter 8 km pois o passeio foi tão agradável quanto revigorante!

Chegamos finalmente ao outro lado do Lago e resolvemos subir ao Pagode, que por sinal é, só por si, também muito interessante. A vista lá de cima não desiludiu nem um pouco. É maravilhosa! Felizmente que a subida é feita de elevador, pois o que já tínhamos caminhado até lá poderia ter-nos feito desistir e perderíamos este deslumbre.

Depois desta manhã preenchida, cansativa, mas também calma e revigorante, decidimos voltar para a cidade. Seguimos por isso para a rua Hefang, a mais conhecida e próspera de Hangzhou desde há cerca de 800 anos. Esta rua representa o lado antigo da cidade, pois preserva muitas das suas características ainda do tempo em que Hangzhou era capital da China. Aqui podemos encontrar edifícios antigos, vendedores ambulantes, lojas seculares, casas de chá, contadores de histórias, petiscos locais e muito artesanato. É sem dúvida um local a não perder, pois é muito charmosa e animada!

Aproveitámos para almoçar por aqui mesmo, com muitas opções de escolha por entre as várias “barraquinhas” de rua. Para terminar a refeição, mais um chá revitalizante, pois este é um elemento sempre presente nas refeições e entre elas, pois parece-nos ser a bebida preferida dos chineses

Um local bem perto que também achamos que não se deve perder é o Museu de Medicina Tradicional (Huqingyu Traditional Pharmacy) muito interessante pela sua curiosidade e perceber um pouco a medicina tradicional chinesa. É o único na China sobre este tema, pelo que se passar por Hangzhou não deixe de o visitar.

Depois de algum tempo perdidos nas tradições chinesas e antes de fecharmos esta nossa visita, quase relâmpago, a esta cidade lindíssima, ainda nos foi possível conhecer mais um local, o Former Residence of Hu Xueyan, antiga residência e jardins de um famoso e rico empresário do tempo da dinastia Qing. É considerado o ex-libris dos tradicionais jardins chineses. E ainda bem que fomos pois é simplesmente lindo!

Havia tanto mais para ver, e nós mesmo tínhamos mais umas quantas coisas na nossa lista que queríamos ter feito, mas só tínhamos este dia para Hangzhou. Foi mesmo muito pouco para tanto. Recomendamos que fique pelo menos 2 a 3 dias por aqui para poder ver e sentir o que a cidade tem para oferecer. Nós tínhamos que continuar, por isso seguimos para a nossa próxima paragem, Xian.

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Nota: Viagem realizada em Dezembro de 2017

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