Descobrindo Hong Kong…

Vibrante, cosmopolita, surpreendente e global! Assim é Hong Kong! Com uma elevadíssima densidade populacional e a mais alta concentração de arranha-céus do mundo, Hong Kong alia as tradições chinesas à modernidade das cidades do ocidente, sendo por isso tão única!

Colónia britânica durante cerca de 150 anos, Hong Kong é hoje, tal como Macau, uma região administrativa especial da China, uma espécie de cidade-estado mas sem independência. É por isso uma cidade capitalista e um dos maiores centros financeiros e portuários da Ásia. Marcada pela falta de espaço (apenas 35% do seu território é urbanizado, pois o restante é destinado a reserva natural) a cidade cresce desmesuradamente em altura o que faz com que às vezes sintamos até alguma claustrofobia.

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Saímos de Macau ao início da tarde. E Hong Kong era a nossa próxima paragem. Tínhamos como objectivo explorá-la neste dia e meio que íamos ficar por aqui. Depressa percebemos que ia ser pouco tempo para tudo o que queríamos fazer por isso tivemos que fazer algumas opções de última hora.

Começámos pelo ferry que liga Macau a Hong Kong. Aqui, apesar de ambas as cidades agora pertencerem à China, o ferry é como se fosse um voo internacional, por isso há que fazer check-in e passar o controlo de passaportes. A viagem demora aproximadamente 1 hora, e os ferries partem de 15 em 15 minutos para HK Central, mas como atrasam frequentemente e se o mar estiver agitado a travessia é mais demorada, chegámos com um atraso de cerca de meia hora. Para quem tem o tempo tão contado como nós tínhamos, isso não ajuda nada 🙁

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A parte boa do ferry é podermos ter uma vista ampla de frente para a cidade! Nesta primeira impressão, achámos uma cidade cinzenta, muito sem emoção, demasiado densa e estrangulada pelas montanhas que a circundam.

O nosso hotel não era muito longe, apenas 2 estações de metro, por isso decidimos que essa seria a melhor opção. Queríamos muito ir ao Man Mo Temple, conhecido pelos incensos gigantes, mas este encerrava às 18:00h, por isso tínhamos de ser rápidos.

Má escolha! Primeiro, entre o porto e a estação de metro temos uns 10/15 minutos de caminhada. Depois, as estações de metro são enormes, o que significa, ainda mais caminhada. Além disso, tem inúmeras saídas, por isso é bom que se saiba previamente qual a mais próxima do destino, já que muitas vezes elas são bem distantes umas das outras. Resultado: Apesar dos transportes serem muito eficientes, demoramos quase 1 hora a chegar ao hotel e já não íamos conseguir visitar o templo.

Por isso decidimos saltar essa parte, até porque templos não iam faltar nesta viagem, e passar ao passo seguinte: Victoria Peak.

Chegar para ver o por-do-sol e o acender das luzes teria sido fantástico, mas essa ideia já a tínhamos perdido há umas horas atrás. Agora só queríamos mesmo era subir e poder usufruir da magnífica vista sobre a cidade. Dirigimo-nos por isso ao Victoria Tram, o funicular que nos leva ao topo da montanha mais alta de HK. E, quando chegámos, o que temos? Oh, não! Uma fila de 2 horas de espera! 🙁

Ok, mudança de planos outra vez. Vamos de táxi! Afinal não é assim tão caro… Hora de ponta, táxis cheios, e nós somos 5 (estávamos com uns amigos que tinham estado com o Luis em Macau a trabalho). Tudo a ajudar…isto não estava a correr nada bem! Depois, a magnifica descoberta de que em HK há táxis para 5 pessoas, basta procurar algum que tenha o número 5 afixado e convencer o taxista a levar o 5º elemento. Boa! Já estávamos a caminho.

Finalmente, chegámos a Victoria Peak. A vista é simplesmente deslumbrante! Segunda impressão da cidade: Afinal não é assim tão cinzenta, é cheia de luz e cor!

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Victoria Peak situa-se na ilha de HK, nas altas montanhas por trás da cidade. Aqui pudemos comprovar o quão densa é e que realmente existem muitas zonas verdes mas para as ver há que sair do perímetro da cidade. É claramente a cidade mais densa em termos urbanísticos em que já estivemos! Os edifícios são tão altos que ficam quase ao mesmo nível do topo da montanha e depois as ruas são tão estreitas que acabam ficando separados por poucas dezenas de metros uns dos outros. É mesmo impressionante!

Depois de algum tempo a contemplar a vista, voltámos a descer. Fomos então até Causeway Bay, um dos bairros mais movimentados da cidade. Por aqui vai poder encontrar lojas, muitas lojas, entre elas lojas de marca, restaurantes e food-street, mas também o maior parque urbano da cidade. Mas definitivamente o que mais se destaca são definitivamente as lojas. Conforme a noite cai, o movimento aumenta e as lojas ficam absurdamente cheias de gente, e é impressionante ver como esta gente é tão consumista. Dizem até, que se fazer compras fosse desporto, Causeway Bay seria o lar dos Jogos Olímpicos! Agora imaginem lá como é…

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Depois da atribulação deste dia, o dia seguinte queria-se bem mais calmo. Queríamos sair da área urbana, ir até à ilha de Lantau, subir no teleférico e visitar o Big Buddha e o Mosteiro Po Lin.

Por isso, logo de manhã, apanhámos o sempre movimentado metro de Hong Kong e seguimos em direcção à ilha de Lantau. Sim, o metro liga as ilhas e o continente (Kowloon), por isso, achamos que esta será a melhor forma de circular rapidamente. Mesmo assim, e tendo em conta a distância, desde o nosso hotel até lá, ainda demorámos cerca de 1 hora.

Para o teleférico, já tínhamos comprado antecipadamente os bilhetes pela internet aqui, mas mesmo assim ainda tivemos de aguardar quase uma hora pela nossa vez de subir, por isso quanto mais cedo for melhor, para aproveitar bem o tempo. Já percebemos que por aqui, este pessoal deve gostar de filas 🙂

O percurso é em si só uma viagem extraordinária, com uma vista deslumbrante. Dá para vermos uma grande parte da ilha de Lantau, onde fica também o aeroporto e a DisneyLand e lá ao longe os edifícios da cidade. À medida que vamos subindo vamos vendo quase toda a sua extensão de verde luxuriante e a aproximação ao nosso destino, o Tian Tan Buddha, mais conhecido como Big Budha.

A imagem, construída em 1993 com 202 peças de bronze e 34 metros de altura, simboliza a harmonia e relacionamento entre o homem, a natureza e a fé. Mas para a ver de perto é necessário subir uma escadaria de cerca de 270 degraus. Mas podemos garantir que vai valer a pena. A estátua, virada a Norte como forma de protecção ao povo chinês e tem ao seu redor seis estátuas menores também em bronze e em posição de entrega de oferendas, as “The Offering of the Six Devas”. O espaço é realmente único e é hoje local de peregrinação de muitos asiáticos.

De frente, fica o Mosteiro Po Lin, e é igualmente imperdível. O seu salão principal é lindíssimo e o exterior colorido não lhe fica atrás.

Foi uma manhã bem passada e descontraída, pois o local inspira paz e tranquilidade. Ficámos com a ideia de que juntando algumas das muitas actividades que Lantau tem para oferecer, como percorrer um dos seus trilhos pedestres, conhecer a aldeia piscatória de Tai O ou fazer um passeio de barco, dá perfeitamente para passar aqui um dia inteiro. Nós, não tínhamos esse tempo, talvez numa outra outra vez!

Depois de almoço, voltámos à cidade, desta vez para Mong Kok, o bairro com maior densidade populacional e mais movimentado do mundo. Perdemo-nos pelo Ladies Market, caminhamos pela Nathan Road, enfim, o paraíso das compras afinal fica aqui… Se procura aquela pechincha, ou algo exótico para oferecer, ou até mesmo equipamento electrónico ou tecnológico, então aqui é lugar certo! E quando falamos de tecnologia, comparando com os nossos preços, compensa muito procurar aquele gadget que há tanto tempo namoramos. Há centros comerciais dedicados apenas a material fotográfico, lojas gigantes de telemóveis e computadores, e tudo o mais que poderão imaginar. E como devem calcular, em mercados deste género, regatear é imprescindível pois o preço desce sempre “qualquer coisinha”! E nisto passámos a tarde toda…

Para fechar em beleza, queríamos assistir ao famoso espectáculo de luzes “Symphony of Ligths” que ocorre todos os dias às 20:00h no Victoria Harbour e o melhor local para o ver é do lado oposto, junto ao Passeio das Estrelas, por isso fomos andando para lá. Pelo caminho, parámos ainda na Clock Tower, o único elemento que resta da antiga estação de caminho-de-ferro Kowloon-Cantão construída em 1915. Depois ficámos por ali um pouco a observar os barcos que navegam na baía, enquanto esperávamos pela hora marcada.

Começou! Ao longo de cerca de 15 minutos, uma combinação de música, luzes e lasers nas fachadas e topos dos edifícios vão criando diversos efeitos visuais e sincronizados, representando a energia, dinâmica e cultura contrastante de Hong Kong. Não desiludiu, mas também não surpreendeu! No dia anterior, já tínhamos ficámos com a ideia de que, afinal a cidade não tinha assim tão pouca luz e aqui comprovámos isso novamente! Ela é aliás muito mais atraente de noite do que de dia.

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Tínhamos deixado para o fim o passeio no Passeio das Estrelas, mas como estava encerrado para obras de remodelação, acabámos por ir embora sem ver a estátua do Bruce Lee 🙂 Foi um dia em cheio e o cansaço começava a apoderar-se de nós. No dia seguinte íamos iniciar a verdadeira incursão na China por isso precisávamos de descansar.

Hong Kong é realmente uma cidade moderna, fervilhante e multicultural, onde a modernidade se cruza com tradições milenares. Pareceu-nos demasiado compacta com uma enorme falta de espaço, mas é uma cidade com um encanto diferente e que brilha no escuro da noite!

Voltaremos com certeza, pois ficámos com a sensação de que tivemos pouco tempo para a sentir verdadeiramente e que muito mais havia para explorar. Quem sabe numa qualquer escala de outra viagem pela Ásia.

Nota: Viagem realizada em Novembro de 2017

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