Kuala Lumpur, fusão de culturas

E porque nenhuma viagem pela Malásia ficaria completa sem conhecer a sua maior cidade, eis que chegámos à capital Kuala Lumpur.

Não sabíamos muito bem o que esperar. Tínhamos saudades de Bangkok onde estivemos há uns anos atrás e que tinhamos adorado. Tínhamos saudades dos cheiros, da confusão, da vida própria das cidades asiáticas, mas acabámos surpreendidos.

Carinhosamente chamada de KL, Kuala Lumpur é uma cidade frenética, vibrante e cosmopolita e organizada mas é a mistura de culturas que aqui convivem harmoniosamente que mais se destaca.

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Localizada na península malaia, o lado continental da Malásia, foi fundada em 1857 por mineiros chineses e desde então as influências provenientes de outras nacionalidades foram imensas, mas hoje são os chineses, indianos e malaios que formam a essência desta cidade. Daqui resulta uma fascinante convivência entre hindus, budistas e muçulmanos (a religião predominante) que praticam as suas religiões, frequentam diferentes templos, vestem-se e agem de forma diferente, mas num convívio cordial e natural, que nos dias de hoje pode ser considerado um excelente exemplo de tolerância e respeito pelas diferenças entre os povos.

Chegámos já bem de noite vindos de Kinabalu e ficamos alojados na zona de Bukit Bintang. Esta é, para nós, a melhor zona para ficar, pois está perto de restaurantes, bares assim como de inúmeras lojas e centros comerciais. Aqui estão também localizadas todas as lojas de marcas de luxo mundialmente famosas e mesmo durante a noite a confusão é imensa, mas mesmo assim tem um ambiente fantástico.

Prova da multiculturalidade que falámos, são os inúmeros templos religiosos que a cidade abriga, e por isso mesmo, começámos a nossa visita, na manhã seguinte, pelo templo chinês Thean Hou Temple, que por se situar num ponto alto da cidade oferece também uma vista fantástica. Aqui, os visitantes são bem-vindos e convidados a entrar sem grandes complicações de trajes ou indumentárias, e além do mais é gratuito. O salão principal, com uma decoração magnífica, situa-se no último de vários andares, e é aqui que são realizadas as orações, oferendas e rituais religiosos. No exterior existe também um belo jardim com estátuas ilustrativas dos signos chineses. Vale bem a pena visitar e assim conhecer um pouco mais da cultura chinesa!

 

Seguimos depois para Chinatown, que fica próximo do centro da cidade. Entramos na Petaling Street, rua principal de um bairro onde proliferam lojas e tendas com produtos chineses, desde roupa, comida, relógios, malas, bijuteria e todo o género de bugigangas e chinesices. Para quem gosta de comida chinesa este é o local para experimentar as iguarias desta cultura. Come-se muito barato, mesmo estando na capital.

 

Bem perto de Chinatown, está o Central Market, que seguramente merece também uma visita. É um óptimo local para comprar umas lembranças ou artesanato, pois é mais organizado que a Petaling Street e tem peças de melhor qualidade. É também um bom local para almoçar, e foi o que fizemos no “Old Town White Coffee”, um restaurante de cozinha malaia. Bom e barato!

 

Depois do almoço, que por sinal, estava delicioso, continuamos o nosso caminho em direcção à Jamek Mosque ou Friday Mosque, uma das mais antigas mesquitas da cidade. É linda e majestosa, mas não nos foi permitido sequer aproximar dado que estava em horário religioso e nós não somos propriamente muçulmanos, por isso ficamos apenas pelo exterior e ao longe.

 

Continuamos até à Merdeka Square, ou Praça da Independência, que como o nome indica foi o local onde foi proclamada a independência da Malásia em 1957, após o domínio britânico. Também aqui se situa o magnifico edifício do Sultão Abdul Samad, uma imponente construção da época colonial e que serviu também, na época, como casa da administração britânica.

 

Como já aqui dissemos antes, nesta cidade existem inúmeros templos e das mais diversas religiões por isso não podíamos deixar de visitar um dos mais belos templos hindus existentes na cidade, o Templo Sri Mahamariamman. É um templo relativamente pequeno, construído entre prédios altos e por esse motivo não muito fácil de encontrar, mas lindíssimo! Vale muito a pena procurar por ele. Passámos, nesta viagem, por vários templos mas não sabemos porquê, achámos este especial. Reconhecemos que a espiritualidade não é de todo o nosso forte mas, apesar de estarmos no centro da cidade, aqui sente-se paz! Deambulamos pelo seu interior, sem olhar ao tempo e sem nada fazer, apenas a aproveitar o momento…

 

Aproveitando a pausa a que a chuva nos obrigou, começamos a ter ideias do que poderíamos fazer com os dois dias restantes que íamos passar na cidade. Kuala Lumpur é uma cidade que se visita em 2 dias sem grandes pressas e Malaca já estava nos planos. Então pensámos, a determinada altura, que talvez conseguíssemos ir até Penang, passando pelas Cameron Higlands, mas que os quase 400 Km e o horrível trânsito a sair da cidade fez-nos  perder a vontade….terá de ficar para outra vez!

Era a vez de seguirmos para as famosas Petronas Twin Towers, mas durante o tempo que aguardámos a chuva passar, acabámos por fazer amizade com umas simpáticas senhoras de origem indiana e chinesa e que nos pediram para tirar fotos com elas :-). Ainda ficámos um pouco à conversa… mas mais uma vez o que nos marcou foi a amizade e boa disposição destas gentes!

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Chegámos finalmente a um dos maiores símbolos da cidade e do país, as Petronas Twin Towers, e que são hoje as maiores torres gémeas do mundo. Fizemos a visita guiada, que também dá acesso à Skybridge, a ponte que liga as duas torres, e ficámos a saber um pouco mais sobre a história e arquitectura deste empreendimento. O bilhete custou 85 RM e foi adquirido previamente no site oficial das torres, e assim evitámos as filas.

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Quando símos ainda deu temo de assistir ao espectáculo de luzes, o Lake Symphony, que acontece todos os dias no KLCC Park, o parque em frente ao complexo. Aproveitámos, claro, para umas fotos magníficas já com as torres iluminadas, e este sim não devem mesmo perder.

 

 

Estamos agora numas das zonas mais badaladas da cidade, onde se situam inúmeros bares e restaurantes, por isso é um excelente local para um copo ao final da tarde ou até mesmo para jantar. Por isso mesmo, escolhemos o Sky Bar, situado no topo do Traders Hotel mesmo de frente para as torres, para beber algo e relaxar um pouco antes do jantar. E a vista é maravilhosa, vale a pena só por isso!

Kuala Lumpur é uma cidade surpreendentemente organizada e limpa. Quando perguntávamos a amigos que já cá tinham estado, muitos diziam que era igual a outras cidade da Ásia. Mas não achámos nada disso! KL é lindíssima, interessante, viva, vibrante mas falta-lhe algo… parece que até nos esquecemos que estamos na Ásia! Aquela Ásia onde o povo está sempre a sorrir, onde as ruas se enchem de barraquinhas de comida, onde os cheiros e cores nos fazem ter a curiosidade de conhecer mais e mais estas culturas… A KL achamos que lhe falta isso!

No dia seguinte, o destino levou-nos até às Batu Caves, umas impressionantes cavernas com mais de 400 milhões de anos e onde foram construídos vários templos hindus, considerados os mais importantes situados fora da Índia. Por isso mesmo, é um local de peregrinação e que atrai milhares de pessoas todos os dias, entre eles inúmeros turistas. Ainda ao longe já é possível ver a impressionante estátua do Deus Murugan à entrada do templo com os seus 43m de altura, assim como a imensa escadaria que nos separa dos templos. Há que a enfrentar se quiserem conhecer o seu interior e divertir-se vendo os macacos quererem ser os protagonistas desta visita que é imperdível…

Na última noite na cidade decidimos explorar mais a zona onde estávamos alojados. Bem perto do nosso hotel encontrámos a rua Jalan Alor, inteiramente dedicada à comida de rua.  É impressionante o fluxo de pessoas e a dinâmica que impera onde a street food é permitida! Os cheiros, as cores, os sabores, os idiomas… Tudo se mistura e conjuga criando uma vida própria. É esta a nossa Ásia mas em KL, com as regras impostas, só a encontramos nestes locais próprios.

Kuala Lumpur é uma Ásia diferente, mas não deixa de ser Ásia e uma cidade fantástica!

PS: Não deixem de provar Durian, um fruto aqui muito apreciado, mas também muito mal cheiroso. Fácil de encontrar, nem que seja pelo cheiro! 🙂

Nota: Viagem realizada em Abril de 2017

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